Data foi criada para conscientizar as autoridades sanitárias, diretores de hospitais e trabalhadores da saúde
As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) são um desafio para as autoridades do assunto. Segundo o Ministério da Saúde, 14% dos pacientes são atingidos pelo problema durante a internação. Essas doenças podem ser causadas por bactérias, vírus, fungos, uso prévio de antibióticos, cirurgias anteriores ou procedimentos em internações.
Para conscientizar as autoridades sanitárias, diretores de hospitais e trabalhadores da saúde sobre o tema, foi criado o Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares, comemorado no dia 15 de maio. O médico infectologista do Hospital Evangélico de Sorocaba, Dr. Fernando Ruiz, comenta os perigos das IRAS, as atitudes e protocolos para evitá-las ao máximo.
“As infecções hospitalares podem ser especialmente perigosas para pacientes que já estão imunocomprometidos, como aqueles submetidos à quimioterapia ou cirurgia de transplante. Também podem levar à sepse, pneumonia e outras condições potencialmente fatais. Além disso, as infecções hospitalares também podem resultar em hospitalizações prolongadas, readmissões e aumento dos custos de saúde”, explica o médico.
Para evitar que as pessoas acabem contraindo alguma doença dentro dos hospitais, as instituições de saúde contam com uma equipe especializada em prevenir e controlar as IRAS, através de normas condensadoras em protocolos que são implantados e supervisionados pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).
“Esse time expõe relatórios pertinentes a membros diretivos da instituição da CCIH em reuniões periódicas, onde são elaboradas estratégias que possam diminuir a incidência dessas infecções. São analisados índices e indicadores que visam refletir a excelência desse trabalho exaustivo de busca, monitoramento e prevenção das infecções”, comenta Ruiz.
O perigo das superbactérias
Falando de prevenção a infecções, as superbactérias merecem uma atenção especial. Trata-se daquelas bactérias que resistem ao tratamento com os antibióticos existentes. As infecções causadas por essas bactérias podem ser mais graves e duradouras, aumentando o risco de complicações e morte. Além disso, as superbactérias podem se espalhar facilmente em ambientes hospitalares, colocando em risco a saúde de pacientes vulneráveis, como idosos e pessoas com sistema imunológico comprometido.
Uma das grandes razões para o surgimento desse “super vilão” é uso inadequado de antibióticos, seja por automedicação, por indicação e dose equivocadas ou tempo prolongado. “Isso gera aumento na resistência dos agentes infecciosos, em geral, bactérias. O controle dessa medicação dentro das instituições é fundamental para se conseguir resultados satisfatórios com o uso dos antibióticos hoje disponíveis”, conscientiza Ruiz.
Além desse aspecto relacionado à utilização de medicamentos, os hospitais, para terem o controle eficaz de infecções hospitalares, contam com uma abordagem multidisciplinar. Através de treinamentos, são passados para os funcionários da saúde, aos pacientes e seus familiares, regras básicas no intuito de se obter o melhor resultado esperado em situações eletivas.
“Essas orientações permitem evitar a transmissão de agentes infecciosos, não só para os profissionais de saúde, mas também para os pacientes, visitas e pessoal administrativo que trabalha no hospital”, completa Ruiz.
Importância de lavar as mãos
Segundo Ruiz, a higienização correta das mãos é a base do controle das IRAS. Evita a transmissão cruzada de agentes infecciosos, de paciente para o profissional de saúde e vice-versa. “Faz parte fundamental do treinamento em assistência à saúde e é monitorizada todo o tempo nas instituições, além de ser tema constante de campanhas de adesão”, enfatiza o infectologista sobre a importância de lavar as mãos.
A higienização das mãos pode ser feita de duas formas:
Lavagem com água e sabão: molhe as mãos completamente e aplique uma quantidade suficiente de sabão e esfregue bem, por pelo menos 20 segundos, incluindo as pontas dos dedos, entre os dedos e as unhas. Depois, enxágue com água corrente e seque com uma toalha limpa ou papel.
Higienização com álcool em gel: para usá-lo, basta aplicar uma quantidade suficiente na palma da mão e esfregar até que as mãos estejam completamente secas. É importante lembrar que o álcool em gel deve ter no mínimo 70% de concentração para ser eficaz.
Sobre o Hospital Evangélico
O Hospital Evangélico de Sorocaba (HES) surgiu em 1935, sendo considerado um dos mais tradicionais e acolhedores de Sorocaba. O HES conta, hoje, com Pronto Atendimento Adulto ágil em várias áreas, inclusive Ortopedia e Oncologia. Possui ambulatório médico em diversas áreas de especialidades, centro cirúrgico e unidade de terapia intensiva (UTI). Junto com o Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS), o HES compõe hub de serviços em saúde da Hospital Care para a região.