Câncer de pulmão: o tipo mais comum de câncer exige máxima atenção - Blog - Hospital Evangélico

27/08/2024

Câncer de pulmão: o tipo mais comum de câncer exige máxima atenção

Em todo o mundo, o câncer de pulmão é o tipo mais prevalente – e também um dos mais perigosos. Aprenda como evitá-lo e reconhecer os principais sintomas.

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Hoje vamos conversar sobre e conhecer melhor um dos tipos de câncer de maior impacto na saúde global. Ele é, no mundo, o número um dentre os mais frequentes em homens e o segundo entre as mulheres. Aqui no Brasil, é o terceiro mais comum entre eles (com mais de 18 mil novos diagnósticos anuais) e o quarto entre elas (14.5 mil novos casos). Esse tipo de câncer ceifa mais de 20 mil vidas anualmente no país – e a grande maioria delas poderia ser preservada. Estamos falando do câncer de pulmão.

Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), em 2020 houve mais de 2.2 milhões de novos casos de câncer de pulmão em todo o mundo. O Brasil aparece na 9ª colocação do ranking global de número de casos.

O câncer do pulmão é um tipo bastante agressivo da doença. As taxas de sobrevida, de sucesso de tratamento e de mortalidade indicam claramente isso, como veremos a seguir. Mesmo com os enormes avanços médicos nas últimas décadas, ainda é uma doença difícil de combater, especialmente porque costuma ser diagnosticada tardiamente, quando já se espalhou dos pulmões para outros órgãos e regiões do corpo.

Lembra que mencionamos, acima, que boa parte das mortes poderia ser evitada? Isso porque a maioria dos casos diagnosticados está relacionada a um hábito de vida que bem poderia ser cortado da rotina de todos: o tabagismo. Estima-se que pelo menos 85% dos casos de câncer de pulmão sejam decorrentes do consumo do tabaco e de seus derivados (mas nem todos os casos ocorrem em fumantes, como veremos a seguir).

Vamos conhecer um pouco mais sobre o câncer de pulmão, o quanto ele afeta a saúde, quais são os fatores de risco e como se proteger de uma doença tão impactante.

 

Cigarro e câncer de pulmão – quais as evidências de correlação?

É mais que sabido que o cigarro faz mal. O que nem sempre é lembrado é o quanto de mal ele traz à saúde.

Um cigarro possui mais de 7 mil compostos químicos, muitos deles com efeitos ainda desconhecidos no corpo humano (que certamente não são bons). Pelo menos 50 são reconhecidamente cancerígenos. Não à toa, o número de fumantes em um país está sempre correlacionado ao número de casos de câncer de pulmão: quanto mais fumantes, mais casos relativos na população.

Outro ponto interessante: sempre que vemos redução no número de fumantes, a taxa de câncer de pulmão também cai. Aqui no Brasil, por exemplo, de 2011 a 2015 (em outras palavras, em apenas 04 anos), a taxa de mortalidade por câncer de pulmão caiu 3.8% ao ano para os homens e 2.3% ao ano para as mulheres, números associados à redução no tabagismo nesse período (em 2011, 13.4% da população fumava; em 2015, o número caiu para 10.4%).

Obviamente, aqueles que fumam cigarro, charutos, cachimbos e similares são os mais afetados pelos componentes nocivos. Todavia, vale lembrar que existe risco, mesmo que menor, também para os fumantes passivos, ou seja, pessoas que acabam inalando a fumaça expelida pelos fumantes. Pesquisas já mostraram que o ato de fumar em um ambiente espalha partículas que podem ficar por muito tempo naquele local, impregnando tecidos (cortinas, estofados, tapetes etc) por vários anos, e contaminando indiretamente outras pessoas.

Cigarro faz mal, e os números de câncer de pulmão são uma forma poderosa de nos lembrar disso.

 

Apenas o cigarro é correlacionado ao câncer de pulmão?

Não. Existem alguns fatores ambientais bastante vinculados à incidência desse tipo de câncer, especialmente substâncias utilizadas em alguns setores industriais.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 17 a 29% dos casos de câncer de pulmão são relacionados à exposição no ambiente de trabalho. Alguns dos agentes carcinogênicos mais conhecidos são asbesto, berílio, sílica, agentes alquilantes e metais pesados ou radioativos, como arsênio, cádmio, urânio e radônio. Quanto mais tempo uma pessoa ficar em exposição a estes materiais, maiores os riscos. O nível de proteção pessoal quando se trabalha em ambientes contaminados também é um fator de alerta.

Segundo pesquisas, existem algumas ocupações que envolvem o contato com materiais potencialmente perigosos à saúde e que podem aumentar os riscos para câncer de pulmão. Entre elas estão:

 

  • Os trabalhadores rurais,
  • da construção civil,
  • da indústria de curtume,
  • da fundição de metais,
  • de indústrias relacionadas à fabricação de alumínio, borracha, cimento e gesso,
  • profissionais de indústrias gráficas e papel, de produção de pigmentos
  • do setor têxtil, da metalurgia,
  • profissionais que trabalham com metais pesados e nucleares,
  • fabricação de eletroeletrônicos, aeronaves, aparelhos médico e vidro
  • fabricação de fertilizantes,
  • área da mineração,
  • fábricas de baterias,
  • profissões como bombeiros hidráulicos e encanadores, eletricistas, mecânicos de automóvel, pintores, soldadores, sopradores de vidro,
  • trabalho com isolamento, em navios e docas,
  • conservação do couro,
  • varredura de chaminés.

Em todos esses casos, há fortes indícios de que seguir uma dessas ocupações e também ser fumante aumenta substancialmente os riscos para o câncer de pulmão.

Além desses fatores, os riscos de câncer de pulmão também são relacionados à poluição do ar (as taxas são maiores em cidades mais poluídas, assim como em pessoas que vivem em locais com péssima qualidade do ar ou que inspiram poluentes como os de escape de diesel) e a problemas de saúde recorrentes, como infecções pulmonares de repetição e doença pulmonar obstrutiva crônica. Quem teve tuberculose também apresenta probabilidades maiores para esse tipo de câncer. Existem evidências de que há um composto genético na doença, portanto parentes próximos (irmãos e filhos) de pessoas que tiveram câncer de pulmão devem conversar com seu médico sobre possíveis riscos.

 

Tratamentos e cura: números mostram o quão impactante é a doença

Assim como ocorre em outros tipos de câncer, o tempo é um fator fundamental para o sucesso do tratamento.

Quanto mais cedo o câncer for diagnosticado e o tratamento iniciado, melhor. Isso é especialmente verdade para o câncer de pulmão, uma doença que pode ser muito agressiva e afetar sobremaneira a saúde do paciente.

De acordo com o INCA, se o câncer de pulmão for identificado cedo, as chances de sobrevida de cinco anos (isto é, quantas pessoas estarão vivas cinco anos após o diagnóstico e início dos tratamentos) é de 56%. Infelizmente, menos de 20% dos cânceres são identificados quando ainda estão nos estágios iniciais. Quando o tumor já é metastático (isto é, já se espalhou para outros órgãos), a sobrevida de cinco anos cai para menos de 10%.

No geral, a taxa de sobrevida relativa em cinco anos é de 18%, sendo 15% entre os homens e 21% entre as mulheres. Esses são os números no Brasil. Em países desenvolvidos, essa taxa de sobrevida de cinco anos varia de 13 a 21%, e nos países em desenvolvimento é de 7 a 10%. Vê-se o quão perigoso esse câncer pode ser. Por isso, quanto antes ele for identificado, melhor.

 

Sinais e sintomas do câncer de pulmão

Como aprendemos hoje, o câncer do pulmão é um grande vilão da saúde. Uma das maneiras mais eficientes de combatê-lo é evitá-lo – e isso está relacionado fortemente a abdicar do hábito de fumar, na grande maioria dos casos.

HES e IOS - Blog - Cancer de Pulmao - Sintomas - Agosto 2024

Além disso, é fundamental estar alerta para os sinais e sintomas da doença – mesmo sabendo que, infelizmente, eles só costumam aparecer em estágios já avançados do câncer. Ainda assim, em algumas situações, esses sinais podem ser indícios da doença ainda em desenvolvimento, e saber reconhecê-los pode ser a chave para um tratamento de maior sucesso.

Os sintomas mais comuns do câncer de pulmão são:

  • Tosse frequente
  • Tosse com presença de sangue
  • Rouquidão persistente
  • Dificuldade para respirar
  • Dores no peito
  • Perda de peso, sem causa aparente

 

Ainda, são comuns casos de pneumonia de repetição e febre. Ouvir ‘chiados’ no peito ao respirar também é um achado frequente.

 

Há tratamento? Como ele é feito?

Sim, há tratamento para o câncer de pulmão. Apesar das dificuldades associadas, há muito o que se pode fazer a fim de tratá-lo. As potenciais estratégias terapêuticas são discutidas pela equipe médica – usualmente, composta por diversos profissionais – de acordo com a região afetada, o estadiamento tumoral e a saúde geral do paciente, sempre pensando em sua qualidade de vida.

No geral, as formas de tratamento utilizadas são quimioterapia, radioterapia e cirurgia. O tratamento cirúrgico, quando possível de ser feito, costuma levar a melhores resultados e controle da doença. Todavia, ele é indicado apenas em cerca de 15% dos casos. Nos demais 85%, os tratamentos quimio/radioterápicos acabam sendo a alternativa mais viável.

Mais recentemente, o uso da imunoterapia tem sido testado para o tratamento de diversos tipos de câncer, inclusive o do pulmão. Ele se baseia na administração de medicamentos que impelem o próprio sistema imune do paciente a lutar contra as células cancerígenas. Para que funcione, porém, é necessário que o tipo de câncer do paciente tenha certas características genéticas, portanto este não é um tratamento aplicado de forma universal.

Tanto a quimioterapia quanto a radioterapia ou a imunoterapia pode ser usada isoladamente ou como técnica complementar, em associação com as técnicas cirúrgicas, por exemplo, auxiliando o corpo a lutar contra a doença a partir de vários pontos de ação.

Com relação aos tratamentos, já vimos o quão importante é eles se iniciarem cedo. Além disso, é importante notar dois pontos adicionais. O primeiro é que os tratamentos costumam ser bastante agressivos, já que buscam curar o corpo de uma doença também bastante agressiva. Por isso, existe um longo processo pré e pós-tratamento, que envolve intenso acompanhamento médico, inclusive para ajudar o paciente em questões referentes à respiração. O outro ponto é que a recorrência de câncer, seja no pulmão, seja em outros órgãos ou partes do corpo, é bastante comum em pacientes tratados do câncer de pulmão. Por isso, eles precisam realizar constantemente exames médicos minuciosos durante os anos seguintes ao tratamento, a fim de garantir que não há novos tumores pelo corpo.

Apesar de tantas complexidades, centros médicos de excelência aqui no Brasil possuem, hoje, equipes altamente qualificadas, capazes de diagnosticar de forma eficiente o tipo de tumor e sugerir as melhores estratégias terapêuticas de combate à doença – seja via cirurgia, seja utilizando quimio ou radioterapia –, utilizando as mais modernas técnicas e tecnologias médicas para proteger a saúde do paciente.

O Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS) é um desses centros, que possui uma equipe multidisciplinar formada por médicos, farmacêuticos, enfermeiros, nutricionista e psicóloga, profissionais fundamentais no manejo dos tratamentos oncológicos, com alta capacidade técnica e com foco em atendimento humanizado.

Prevenção e proteção

Como sabemos, o câncer é uma doença que pode surgir em qualquer momento da vida, em ambos os sexos, em todas as idades, não importa o quão saudável uma pessoa possa aparentemente estar. Existem, porém, alguns hábitos que são reconhecidamente ‘protetores’ da saúde e que reduzem as probabilidades do aparecimento de inúmeras doenças, dentre elas o câncer.

São dicas mais que conhecidas por quem busca viver muito anos de vida saudável, mas que não custa reforçar:

  • não fumar
  • evitar a fumaça passiva do cigarro
  • praticar atividades físicas regularmente
  • alimentar-se bem
  • se trabalhar em alguma profissão que entre em contato com produtos químicos (especialmente os listados acima), certifique-se de sempre utilizar equipamento de proteção adequado.

Especialmente para o câncer de pulmão, simplesmente não fumar (seja de forma ativa, seja passiva) já reduz substancialmente os riscos do surgimento da doença. Ela é mais um lembrete dos efeitos extremamente nocivos do cigarro à saúde, e nos ajuda, também, a recordar como nossos hábitos de vida tem um reflexo poderoso no organismo. Quando o assunto é saúde, todo cuidado é sempre essencial.

 

 

Para saber mais:

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18 de junho

Câncer de Rim: doença geralmente silenciosa pode dar alguns sinais, explica especialista

Tumor é 14º mais comum e atinge 10 em cada 100 mil brasileiros O câncer de rim atinge mais de 170 mil pessoas ao redor do mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença é o 14ª tumor mais comum, com quase 12 mil casos e mais de 4 mil mortes registradas em 2020, quando o último levantamento foi feito. Já no Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima que a incidência dos tumores renais chegue em 7 a 10 casos para cada 100 mil habitantes no Brasil. Todos os anos, o dia 16 de junho é marcado pelo Dia Mundial do Câncer de Rim, que tem a intenção de aumentar a conscientização sobre a doença. A oncologista clínica do Instituto de Oncologia de Sorocaba, Dra. Bruna Carone, comenta que esse tipo de tumor, geralmente, não apresenta sinais em estágios iniciais. Por isso, é importante ir regularmente ao médico. “Em alguns casos, o câncer de rim pode gerar sintomas, como dor lombar, febre, perda de peso, cansaço, inchaço nas pernas, massa palpável, hipertensão de difícil controle e sangramento na urina”, explica. Além disso, o Dia Mundial do Câncer Renal serve como um lembrete da importância das redes de apoio para indivíduos e famílias afetadas pelo problema. Lutar contra o tumor não é apenas uma jornada física, mas também emocional e psicológica. Ao fomentar um senso de comunidade e promover grupos de apoio, os pacientes e seus entes queridos podem encontrar consolo e compartilhar experiências. O que é o câncer de rim? Os rins têm a função de filtro no nosso organismo, eliminando substâncias nocivas. Esse tipo de câncer surge pelo desenvolvimento desordenado e acelerado de células tumorais renais. Segundo Bruna, o principal fator de risco para desenvolver a doença é o tabagismo. Além disso, obesidade, pressão alta, insuficiência renal e histórico familiar também podem levar à doença. Há três principais tipos de câncer de rim, que se diferem pelas características histológicas (vistas no microscópio). “Essa diferenciação é diagnosticada na biópsia e é importante para a definição do tratamento”. O Carcinoma de Células Renais Claras é o mais comum entre os tipos de tumores renais, ele está presente em cerca de 70% a 90% dos casos. Ele surge no tubo responsável por filtrar as impurezas do sangue. O carcinoma papilar de Células Renais é o segundo mais comum e representa entre 10% e 15% dos casos. Geralmente, ele é pequeno, mas pode bloquear a urina e vias urinárias, além de causar dor. O carcinoma Cromófobo de Células Renais é mais complexo de ser diagnosticado do que os outros, pois não pode ser visto em exames sem cor e reage apenas a corantes. A boa notícia é que ele tende a ser menos agressivo que os outros tipos. Como o câncer de rim é diagnosticado e tratado? “O exame mais comum que indica suspeita de câncer de rim é o ultrassom de abdome. Também podem ser necessárias tomografia e ressonância. A confirmação diagnóstica é feita pela biópsia”, explica a oncologista. Além disso, o diagnóstico precoce aumenta a chance de cura da doença. O tratamento do câncer de rim depende do estado e do tipo da doença. A cirurgia é utilizada para remover o tumor renal. Outro procedimento é a terapia-alvo, que envolve o uso de medicamentos que visam as alterações específicas nas células cancerígenas, bloqueando o crescimento e a disseminação do tumor. Esses medicamentos podem ser administrados oralmente ou por meio de infusões intravenosas. Cabe ressaltar que cada caso de câncer de rim é único, e o tratamento mais adequado será determinado pelo médico após uma avaliação detalhada. Além dos tratamentos convencionais, a participação em ensaios clínicos e o suporte de uma equipe multidisciplinar são aspectos importantes a serem considerados no cuidado integral do paciente com câncer de rim. Por isso é importante procurar um lugar especializado para fazer o tratamento. Bruna explica que é necessário adotar hábitos saudáveis, como por exemplo, uma vida mais ativa, com atividades físicas regulares, sem tabagismo e o uso abusivo de álcool, aliado a uma dieta rica em fibras e ingestão de 2 a 3 litros de água por dia. “Também é muito importante procurar o seu médico para orientação adequada”, finaliza a médica. Sobre o Instituto de Oncologia de Sorocaba O Instituto de Oncologia de Sorocaba é referência há mais de 28 anos em atendimentos de consultas, quimioterapias e infusões oncológicas e não oncológicas, tendo como foco cada paciente como um ser único. No IOS, o conceito de humanização não é apenas teórico, mas praticado. O Instituto de Oncologia de Sorocaba está localizado no Centro de Medicina e Saúde, que fica na Av. Comendador Pereira Inácio, 950, Térreo, Jd. Vergueiro, telefone: (15) 3334-3434.

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